É quarta – feira e são onze e meia da manhã.
Ligo a Tv. e o respectivo receptor da parabólica para trazer até à minha sala o meu querido Portugal.
Decepção! Lá está o programa habitual, certinho, igualzinho.
Passo pelos outros canais e a dose repete-se, quase tirada a papel químico. Os mesmos temas! Os mesmos artistas!
É verdade que o meu país é pequeno, logo o lote dos seus artistas é forçosamente pequeno, mas que raio! É sempre alguém da mesma colecção, devidamente apoiada e viciada! Hoje está neste, amanhã no outro, e assim passam por todos.
Nas duas primeiras semanas de Julho estive de férias em Portugal.
“ Tenho que puxar a brasa para a minha sardinha, se não for eu, ninguém o vai fazer”, __ pensei.
Por mail e telefone, estabeleci vários contactos com pessoas responsáveis por certos programas das nossas tvs., propondo a minha ida aos tais programas a fim de apresentar os meus livros e falar de, e o quê, eles achassem por bem.
Não tive resposta de ninguém. E alguns prometeram responder.
Cambada de incompetentes!
Cambada de incompetentes, de irresponsáveis, de baldas, etc.
Iguais a uma grande parte que por lá “reina”.
Vejam só isto: __ Cinco semanas antes da minha chegada a Portugal, contactei várias tipografias pedindo orçamento para uma edição de autor, que eu queria personalizada, com capa dura, para oferecer a mim mesmo, para os meus familiares, e alguns amigos.
Vergonha das vergonhas! Ninguém me respondeu!
Eu, para todos os efeitos fui um cliente que bati à porta daquelas firmas e pelo menos por educação merecia uma resposta.
Será por estas e por outras que o mercado português não se implanta, não se expende como deveria?
Será isto um pequeno factor, (mas muitos milhões de grãos de areia fazem uma praia!) do estaguenamento visível em várias áreas e que leva ao estado de: __”marcar passo”__ do nosso Portugal?
Vendo bem, ainda bem que os tais das Tvs., não me deram resposta. Porque perante aquela grandeza espalhafatosa! Espectacular! Sensacionalista! Do conteúdo habitualmente exibido nos tais programas, os meus livros iriam puxar-me as orelhas pelo facto de os fazer sentirem-se tão pequeninos e deslocados.
Há males que vêm por bem. Assim, escaparam àquela tortura.
Relanço o meu olhar pelos pacotes, e eles ali estão : __sossegados, ignorados, mas felizes!
Rorschach, Suíça, 25 de Julho de 2007
__É Agosto. Já regressei das férias. Pelo facto de não ter tido resposta das tais tipografias, Sinto-me mal , muito mal . Grandes sacanas! Pelo menos a uma vou ter de lhe dar nas orelhas, a ver se alivio este “saco”, pensei.
. É Natal
. Pedradas, chapadas e esto...
. Pedradas, chapadas e esto...